A Psicologia das Cores é um ramo do conhecimento que busca compreender o comportamento e apreensão humano em relação às cores. Por meio de análise, é possível chegar a conjuntos mais claros sobre os efeitos que cada cor gera nas pessoas em relação a emoções, sentimentos e desejos. Aspectos culturais e biológicos também são levados em conta, o que vai ao encontro do que se precisa compreender para o desenvolvimento de projetos. Por isso, a psicologia das cores na arquitetura e interiores é importante de ser estudada.
Na Bauhaus, a escola de arte e desenho que veio a determinar o estilo do século XX no ocidente discutiu-se muito sobre qual é a forma que melhor se adequa a cada cor. Enquanto as coisas eram pintadas com as cores que a natureza lhes deu – e as coisas que não tinham cores naturais recebiam as cores que a simbologia medieval recomendava, não diretamente relacionada à psicologia das cores.
Nessa simbologia, ao formato circular correspondia a cor básica azul, pois o céu é azul e as pessoas o concebiam como uma cúpula redonda. O formato quadrado pertencia ao vermelho, pois o quadrado não é uma forma natural, e sim sempre uma criação humana; o vermelho ativo era a cor simbólica da matéria, da realidade, corporificada no estável quadrado. A terceira cor básica, o amarelo, estava tradicionalmente ligada ao triângulo, Deus era frequentemente representado simbolicamente, como o olho no triângulo amarelo, o centro da iluminação.
A descrição acima traz muitos elementos importantes para a reflexão acerca da psicologia das cores, principalmente no que tange arte e arquitetura, objetos deste artigo, abordados nas seções listadas abaixo.
Aproveite a leitura!
Eva Heller, em seu livro Psicologia das Cores, aponta que as cores afetam a emoção e a razão. Colocado no subtítulo, partimos dessa compreensão para pensar o que é psicologia das cores, algo que perpassa todas as atribuições humanas, de forma intencional ou não.
As cores têm propriedades físicas, mas também podem ser trabalhadas de acordo com sua relação umas com as outras e em diferentes materiais nas quais se encontram. Devem ser consideradas sua temperatura, iluminação e pigmentação, a influência na percepção da dimensão de espaços e o peso na harmonia dos elementos contidos nele, mas também a emoção, o simbolismo, e capacidade de gerar impacto na memória: a recordação.
As cores podem transmitir a sensação de ambiente mais quente ou mais frio de acordo com sua absortância, assim como acontece com as lâmpadas e suas temperaturas. Diferentes cores aplicadas no mesmo ambiente podem dar impressão de ampliá-los ou reduzi-los, e também em sua aplicação em diferentes direções ou quantidade, o peso.
A partir daqui veja como aplicar cada cor segundo a psicologia das cores na arquitetura, interiores, paisagismo e tantas outras possibilidades em relação às emoções, simbolismo em projetos memoráveis e nos que poderá projetar.
Ter conhecimento sobre a influência das cores nos projetos de arquitetura, interiores, paisagismo e até mesmo urbanismo é fundamental para o sucesso deles. Ao ter contato com as necessidades dos clientes, as informações coletadas podem ser analisadas à luz da psicologia das cores e traduzidas em vontades, desejos que serão refletidos em cores – seja em objetos grandes, pequenos, pinturas ou papéis de parede em revestimentos diversos. O que não pode é faltar cor!
Ambientes internos são muito interessantes de se pensar cor porque refletem muito a personalidade de quem o utiliza. Em residências, cada familiar tem seu gosto que pode ser refletido justamente na composição dos ambientes privados.
Já em instituições como escolas e hospitais, as necessidades das equipes técnicas podem ser intrínsecas às cores ali utilizadas, como nas vestimentas, que na psicologia das cores, verde tranquiliza a todos.
Cada cor imprime diferentes significados nos ambientes, sejam internos ou externos, bem como sua relação com a iluminação natural e artificial. Nas próximas sessões veremos primeiramente as cores primárias e, em seguida, as secundárias na psicologia das cores na arquitetura e interiores e demais projetos. Ao final, são dadas dicas sobre psicologia das cores no marketing para incrementar as mídias sociais de seu escritório ou compartilhar com colegas.
O vermelho é a cor do poder, da vida e nunca fica em segundo plano. As possibilidades de combinação de cores com vermelho não cessam, e para a arquitetura atrelada a psicologia das cores o importante é a sensação que se deseja passar com o projeto. Ao longo da história da humanidade luz, sombra, pigmentos e diversos materiais foram combinados para criar espaços impactantes ou acolhedores.
O vermelho claro simboliza o coração ativo e o vermelho escuro simboliza o ventre, o feminino. Por isso, na psicologia das cores, o vermelho escuro produz um efeito de tranquilidade, por estar junto ao preto, como a noite.
Por ser análogo ao laranja e violeta, o vermelho é muito bem utilizado em composições paisagísticas como ponto de cor, assim como em diversas tipologias de projeto e ambientes. As nuances, ou os tons de vermelho podem ser encontrados de forma natural em diferentes materiais, como a terra e suas formas trabalhadas de cerâmica, tijolos e pigmentos para tingir tecidos de vestimentas ou ornamentação de interiores, como estofados.
Azul é uma das cores elementares, primárias. O significado mais importante na psicologia das cores do azul está no simbolismo e nos sentimentos vinculados a esta cor. Pela simbologia antiga, o azul era a cor do feminino, presente na pigmentação do manto de Maria, a exemplo da fé católica (vermelho para Jesus, púrpura-violeta para Deus-Pai, verde para o Espírito Santo), mas também é da cor da pele de Krishna, deus hindu.
O azul é passivo e tranquilo. Introvertido, no simbolismo azul pertence à água, que também é um elemento feminino da natureza.
Pode ser aplicado em fachadas de residências, bem como em seu interior: as paredes de corredores ficam ótimas em azul-claro.
A relação entre as três cores primárias – vermelho, azul e agora amarelo, descrito aqui - é bastante presente nos campos artísticos, como mencionado na introdução deste artigo. No entanto, amarelo é a mais clara dentre todas as cores que com adição do branco se aproxima da apreensão de luz e está relacionada à inocência, juventude, mas também à maturidade quando em tons mais amarronzados.
Interior de escritório na cidade de São Paulo, capital do estado homônimo, Brasil.
Amarelo é representante da alegria e da vida – em todas as suas fases.
Para entender melhor, veja aqui o artigo completo sobre o amarelo na psicologia das cores.
Agora partiremos para as cores secundárias do círculo cromático: roxo, laranja e verde, cores instigantes.
Os tons de roxo variam a depender da quantidade de preto ou branco existentes a partir do violeta, a última cor visível no arco-íris. A beleza da cor se encontra na natureza e no próprio corpo humano. O cérebro é representado, nas concepções energéticas, com a cor violeta, pois nele se conectam os sentimentos e a inteligência.
Além do intelecto, o violeta vincula a sensualidade à espiritualidade, sentimento, amor e abstinência. No violeta todos os opostos se fundem, assim como essas sensações perpassam os demais tons de roxo. Na psicologia das cores, roxo, malva, violeta e lilás simbolizam a fantasia, a busca anímica, a realização de sonhos.
Em ambientes internos residenciais ou institucionais, a cor roxa pode criar a profundidade necessária em corredores ou em quartos grandes cuja intenção projetual é de trabalhar o conceito de aconchego, como nos vitrais do Salão Nobre do Teatro Municipal de São Paulo.
Da mesma forma, o roxo é utilizado para criar intensidade em ambientes por meio da aplicação de pontos de cor, como em quadros nas paredes e almofadas e, em ambientes externos, criam-se jardins com espécies vegetais em tons de roxo para contrapor o verde.
Veja aqui o artigo completo sobre o roxo na psicologia das cores, essa cor ambígua e intrigante.
Cor secundária, resultado da mistura entre vermelho e amarelo, o laranja é na psicologia das cores relacionado a recreação, diversão e sociabilidade. O lúdico é o lado mais forte do laranja, pois ele vincula, harmoniza.
O laranja é a cor complementar do azul (que é a cor do espiritual, da reflexão e do silêncio), sendo o seu pólo oposto, representando a expressividade! Van Gogh disse:
“Não existe laranja sem azul” – com isso, explica Eva Heller, o pintor aponta que quanto mais intenso o azul, mais escuro o laranja é. Quanto mais intenso o laranja, mais radioso é o azul.
Materiais como tijolos de barro são alaranjados e intensificam suas propriedades em composição com outras aplicações em azul, mas também na complementaridade do vermelho.
O laranja clareia e aquece, e essa é a mistura ideal para alegrar o corpo e a mente. Misturado ao branco ou tonalizado de marrom, o laranja perde a sua força, mas jamais seu calor. (Eva Heller)
Na psicologia das cores, laranja é a combinação de luz e calor pois a claridade não é tão aguda quanto a do amarelo e sua temperatura não é intensa como a do vermelho. Ambientes alaranjados são agradáveis.
Confira mais sobre esse tom, lendo o artigo sobre Psicologia das cores laranja.
Na psicologia das cores, o verde representa a ideologia da consciência ambiental, a esperança de vivermos em um mundo melhor. Amor à natureza – fauna e flora – é essencial na construção desse novo mundo, junto à promoção do respeito às culturas humanas.
Simbólico e abundante na natureza, o verde e seus tons são aliados na hora de conceber projetos de arquitetura e paisagismo, pois tem grande aplicabilidade. Na psicologia das cores, o verde empregado em quartos, salas e cozinhas, que são ambientes internos de residências, remete à saúde e bem-estar.
Diferentes espécies de vegetação também criam pontos de cor verdes dentro dos ambientes, mas é nos espaços externos que se pode desenvolver projetos paisagísticos incríveis. É preciso estudar a origem das plantas - se exóticas ou não – para implantá-las de modo a se desenvolverem plenamente.
Acompanhe mais sobre esse conteúdo, clicando aqui para ler sobre Psicologia das cores Verde.
Por fim, apesar de ser muito importante compreender a psicologia em relação a cada cor, deve-se saber como divulgar e anunciar os projetos e as ideias dos escritórios.
Por isso, seguem informações acerca de psicologia das cores no marketing, publicidade e propaganda, que julgamos fundamentais para o bom desempenho profissional atualmente, junto de nossa plataforma.
A influência das cores é primordial na área do Marketing e na Publicidade e propaganda. Nessas áreas, cada detalhe é pensado para que cause impacto no consumidor, para fortalecer a marca de um produto ou de uma empresa. A psicologia das cores agrega valor à identidade visual e pode estimular a aquisição de produtos ou serviços por parte do impacto aos clientes.
Sentimentos positivos atrelados às cores devem ser incentivados. Os negativos, desincentivados. O subconsciente não analisa tão rapidamente a ponto de tomar uma decisão rápida – onde comer em uma praça de alimentação lotada, por exemplo – se inicialmente a cor do restaurante não lhe agradou.
Muitas empresas, principalmente do ramo alimentício, utilizam o vermelho em logomarcas e lojas com técnicas de marketing e psicologia das cores. Da mesma forma, empreendimentos relacionados à saúde vão procurar tons azuis ou verdes, e espaços de lazer e renovação, o amarelo. As disruptivas vão gostar do roxo, as voltadas ao lazer e recreação, laranja.
Cada cor traz, portanto, emoções e sentimentos atrelados. Ao empregá-las no projeto, muito em consonância ou contraste umas com as outras é possível encontrar diferentes arranjos a partir do conceito e partido dos projetos.
Não deixe de consultar os artigos individuais! Ter conhecimento sobre o significado da psicologia das cores na arquitetura e interiores é fundamental, como visto. Esperamos que neste e nos demais artigos você tenha encontrado informações relevantes para desenvolver os melhores projetos!
Até a próxima,
Equipe Vobi
Referências
ArchDaily
Dezeen
HELLER, Eva. Psicologia das Cores. Olhares: São Paulo, 2021.
Psicanálise Clínica (psicanáliseclinica.com)
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