O processo de elaboração do briefing de arquitetura é uma jornada que depende da colaboração mútua entre o cliente e o arquiteto. Neste artigo, exploraremos o passo a passo para alcançar o sucesso de sua estruturação. Confira:
Aproveite a leitura!
O briefing de arquitetura e design faz parte da etapa inicial do desenvolvimento de um projeto. Ele é peça fundamental tanto na questão educacional quanto profissional do processo. Pense nele como a fundação de uma casa, abrangendo não apenas os gostos e desgostos do cliente, mas também suas esperanças, sonhos e expectativas para o espaço.
Vale ressaltar que o briefing pode evoluir ao longo da vida do projeto, pois, não se trata de um documento estático. Ele deve ser desenvolvido com o cliente e refletir as mudanças e desafios que ocorrem à medida que o projeto avança. Além disso, é importante que o briefing não atenda apenas às aspirações estéticas do cliente, mas também os requisitos e necessidades funcionais.
Um briefing de arquitetura minucioso e informativo confere orientação não apenas ao arquiteto, mas também a toda equipe envolvida. Quanto mais informações extraídas, mais assertivo e livre de problemas será o projeto. Dedicar algum tempo e reflexão logo no início, poderá trazer muitas outras vantagens como:
Além disso, existem diversos tipos de briefing de arquitetura diferentes que devem ser considerados na hora de realizar a entrevista inicial com o cliente, são eles: briefing residencial, comercial, de design de interiores ou online (falaremos sobre cada um deles no próximo tópico).
Para ler mais sobre as vantagens citadas acima, confira nosso artigo sobre: Briefing de Arquitetura: Guia simples e completo para 2021, clicando aqui.
Que entender o que o cliente fala é primordial na etapa de briefing, isto você já sabe. E dentro deste contexto, podem surgir diferentes perfis a serem atendidos que exigirão propostas distintas.
Você pode se deparar com um cliente que deseja redecorar os cômodos da casa. Pode ser alguém que nunca contratou um arquiteto antes e tenha pouca ou nenhuma experiência com projeto arquitetônico ou mesmo o processo de construção. Existe também o cliente comercial, em que você terá que atender as expectativas que o seu negócio exige.
Por isso, é importante saber o que perguntar em cada situação. Então, para entender os diferentes perfis, separamos o que consideramos ser os 4 principais tipos de briefing de arquitetura e suas respectivas características:
Como o nome mesmo já diz, o briefing residencial compreende projetos residenciais, sejam casas ou apartamentos. Por se tratar de uma residência, deve-se levar em consideração a possibilidade de haver mais de um morador e, portanto, mais pessoas opinando sobre o mesmo espaço de convivência. Dessa forma, o questionário deverá ser o mais completo possível, sendo essencial ouvir todas as pessoas que irão desfrutar dos ambientes a serem projetados.
No briefing comercial, o arquiteto ou designer projeta para uma empresa e não para uma pessoa específica. Neste caso, você foi contratado por uma empresa e precisa traduzir os desejos, dores e sonhos de seu público alvo. Por isso, entenda a fundo o seu funcionamento: os seus conhecimentos precisam ir além da arquitetura e chegar em temas como branding e universo de marca.
Lembre-se: o cliente de projeto comercial busca melhorar a experiência de compra de seus consumidores, assim sendo, é indispensável conhecer as atividades nas quais a empresa atua e qual o perfil de consumidor almejado. Com isso, será mais fácil achar inspirações e soluções para o projeto. Caso seja um projeto corporativo, entenda a rotina desse escritório para que tudo funcione bem, sobretudo em termos de ergonomia, circulação e acústica.
Vale ressaltar que o briefing de design de interiores atende tanto comercial quanto residencial. Nesse caso, o foco principal está na rotina e gostos pessoais do cliente em determinado ambiente. Com isso, é necessário entender sobre cores, estilos e preferências de decoração.
No briefing de design de interiores, todas as informações obtidas serão traduzidas em layout, escolha de mobiliário, acabamentos e produção do espaço. Por isso, prepare-se para conversar com o cliente sobre cada cômodo separadamente.
Esse momento pandêmico reforçou o modelo de trabalho online. Todas as etapas de projetos já são possíveis de acompanhar a distância. O briefing de arquitetura online é uma delas e tem ganhado espaço não só em função do distanciamento social, mas também pelo pouco tempo disponível em horário comercial dos clientes.
A sugestão é trabalhar com um formulário, nem extenso, nem subjetivo demais. Para isso, utilize campos para observações e abuse das imagens!
E para entender melhor cada tipologia, confira nosso artigo completo sobre tipos de briefing de arquitetura.
Muitas vezes os clientes podem achar difícil colher as informações necessárias para um briefing de arquitetura e, por este motivo, é importante que o profissional oriente-o ao longo de todo o processo.
A fim de obter um retorno efetivo, é preciso passar por uma seleção de perguntas certas. Se você está na dúvida sobre quais perguntas devem ser incluídas ou não, reunimos abaixo 10 passos que auxiliarão no sucesso de execução do seu questionário de briefing para arquitetura. Esse passo a passo o conduzirá ao estágio de projeto técnico, onde você terá um novo conjunto de perguntas e um novo briefing a ser desenvolvido.
Como em qualquer projeto, vamos começar com seus objetivos. Lembre-se que todo cliente possui um objetivo, por isso, entender o porquê do cliente contratar os seus serviços, pode ser o ponto de partida que irá determinar as perguntas a serem feitas durante o briefing.
O que ele almeja alcançar? Considere como ele deseja se sentir dentro do espaço e como ele quer que funcione no cotidiano.
O que são perguntas abertas? Tratam-se de perguntas investigativas, usadas para estimular mais a fala de uma pessoa, buscando estabelecer um diálogo.
Perguntas abertas instigam os clientes a fornecerem respostas usando suas próprias palavras. Elas são criadas a fim de obter o máximo de informações possíveis sem restringir as respostas a um simples “sim” ou “não”.
Lembre-se que os tipos de dados que você deseja obter com sua entrevista determinam os tipos de pergunta a serem feitas.
Exemplo de “pergunta fechada”: Você gosta da cor amarela?
Exemplo de “pergunta aberta”: Quais são as suas cores preferidas?
Conseguiu ver a diferença? No primeiro caso, o cliente se limitará a responder se sim ou se não, já no segundo caso sentirá a necessidade de desenvolver uma resposta mais elaborada, fornecendo mais informações que irão auxiliar na execução do projeto.
Identifique o estilo do cliente, independente se for uma pessoa ou uma empresa. No caso de uma empresa, o processo tende a ser um pouco mais fácil, visto que, na maioria das vezes, a marca já possui uma estética definida.
Quando falamos diretamente com uma pessoa ou mais (no caso de uma família, por exemplo) é que o desafio se torna maior. Muitos não possuem o autoconhecimento de seus próprios gostos e estilos. Por isso, em situações como essa, oriente o cliente a pensar em outras áreas de sua vida nas quais ele se sente mais confiante sobre seu estilo.
O que ele gosta de usar? Onde gosta de fazer compras, comer fora, relaxar? As casas, assim como as nossas vestimentas, são uma extensão de nós mesmos e, quanto melhor elas se ajustarem ao nosso verdadeiro eu e estilo de vida, mais confortáveis e confiantes nos sentiremos nelas.
Outro ponto importante é alinhar se os gostos e desgostos do cliente também são compartilhados entre todos os membros da família. O estágio de planejamento geralmente é o melhor momento para lidar com essas inconsistências.
Essa fase de levantamento de informações é essencial, pois nela podem estar escondidos itens que poderão ser decisivos na aprovação do projeto. Esse é o momento de entender todas “as dores” e expectativas do cliente, e resolver estas questões só se torna possível ao realizar um questionário de briefing para arquitetura.
Esteja ciente de como o cliente opera dentro do seu espaço existente; o que funciona e o que não funciona? A arquitetura e o design de interiores englobam o efetivo funcionamento dos espaços, bem como sua aparência e sensação - e se houver aspectos que possam o inibir ou irritar, o projeto nunca dará certo, não importa o quão bom pareça!
É preciso estar bem alinhado com o cliente sobre a diferença de suas necessidades e seus desejos.
“Entende-se por necessidades os pontos que são essenciais e que não podem ser deixados de lado. Já os desejos, estão muito relacionados ao fator financeiro: são itens que o cliente gostaria muito que fossem incluídos, mas que não são indispensáveis ao projeto.”
Talvez este seja o fator mais importante dentre todos discutidos com o cliente durante a realização do briefing de arquitetura. Seja arquiteto ou designer de interiores, com certeza você já atendeu um cliente com uma expectativa irrealista quanto ao valor do projeto de seus sonhos. Por este motivo, é necessário que a conversa seja clara e transparente por ambas as partes, do contrário, a frustração será uma consequência esperada.
As informações técnicas também são indispensáveis para o desenvolvimento de um projeto. Tenha em mente que nem sempre o cliente saberá responder a todas as perguntas, mas você poderá orientá-lo sobre onde conseguir as informações.
Por exemplo, identifique os requisitos de aquecimento, resfriamento e ventilação e o impacto da luz natural no espaço - o cliente deseja mais ou menos?
Elementos subjetivos são aqueles que fogem do controle e são relativos a cada indivíduo, devido a sua personalidade e vivência. Esses elementos irão ajudar a criar uma atmosfera e sensação adequados.
Você pode começar por identificar os principais lugares onde o cliente se sentiu verdadeiramente feliz. Podendo ser locais de férias, casas anteriores, até mesmo o trabalho! O que o fazia se sentir bem ali?
Outra dica é perguntar: que palavras e emoções você gostaria de evocar em si mesmo e nos outros ao entrar em sua casa? Considere o que seria o maior elogio para ele quando seus amigos vissem seu novo espaço pela primeira vez.
Nem só de questionamento se faz o briefing! Neste caso, é fundamental fazer uso de imagens de referências ao realizar as perguntas, visto que, muitas vezes, o cliente não possui conhecimento dos nomes corretos dos estilos, ou o mesmo exercício imaginativo que o profissional, e por meio das imagens a comunicação e entendimento se tornam muito mais assertivos.
Encontre imagens que ajudem a capturar o clima, contenham um detalhe ou apresentem uma cor que crie uma conexão com o cliente. Você pode até identificar alguns recursos do qual ele não gosta!
Mesmo em uma primeira reunião é importante começar a pensar nos prazos e alinhar expectativas. Procure descobrir quando o cliente gostaria que o projeto começasse e se existe um motivo específico para este prazo, como uma visita de família do exterior, por exemplo.
Sabemos que não existe um modelo único de questionário de briefing para Arquitetura e que, portanto, as perguntas não devem ser sempre as mesmas. Afinal, cada cliente e cada projeto possui suas próprias características, exigindo questionamentos específicos.
Porém, independente do tipo de briefing de arquitetura é preciso sempre ficar atento às seguintes boas práticas:
✔Deixar seu cliente à vontade para falar;
✔ Evitar interrupções desnecessárias;
✔ Praticar a escuta ativa para captar todos os detalhes que ele disser;
✔ Ficar atento as informações subentendidas como o tom de voz e a expressão facial do cliente;
✔ Alinhar as expectativas e não poupar explicações do que virá dali em diante;
✔ Ser sempre honesto e não omitir custos ou prometer prazos impraticáveis;
✔ Documentar tudo.
Para facilitar, na Vobi, oferecemos gratuitamente um modelo de Questionário de Briefing para arquitetura para download gratuito. Nele, você encontrará um roteiro de perguntas que o auxiliarão a ter mais clareza na hora de executar essa etapa. Para adquirir basta clicar aqui e preencher o formulário!
Não importa o tempo de experiência ou quais perguntas serão feitas. Seguindo os preceitos esclarecidos neste artigo, aos poucos, um roteiro que se adeque perfeitamente ao perfil do cliente ideal para o seu escritório começará a tomar forma e este processo será natural. Temos certeza de que você, de agora em diante, estará no caminho certo para aumentar cada vez mais a assertividade de seus projetos e processos de trabalho.