O design de interiores anda de mãos dadas com a arquitetura, e ao contrário do que muitos pensam, essa disciplina não se limita apenas a escolha de cores, acabamentos e revestimentos, mas trata-se de um campo de estudo e prática que combina a funcionalidade com a estética para melhorar não apenas os espaços físicos, mas também as vidas das pessoas que os ocupam.
Nesta leitura, vamos abordar uma visão geral da importância do projeto de interiores, destacando como ele pode transformar espaços não apenas esteticamente, mas também funcionalmente. Em seguida, analisaremos as principais etapas do processo de projeto, desde a concepção inicial até a implementação final.
Vamos explorar as tendências contemporâneas em design de interiores, materiais inovadores e a integração cada vez maior da tecnologia em nossos espaços de vida e trabalho. Aprenda a lidar com desafios, como projetar para espaços pequenos, e considerando diferentes contextos, como residencial, comercial e corporativo.
Se você é arquiteto, designer de interiores ou entusiasta deste tema, te convidamos a aprofundar seus conhecimentos nos seguintes tópicos:
Aproveite a leitura!
A importância do projeto de interiores na criação de espaços funcionais e esteticamente agradáveis.
O projeto de interiores é uma faceta importante da arquitetura que influencia diretamente a forma como interagimos e experimentamos os espaços que ocupamos. Trata-se de uma combinação de estética e funcionalidade que pode resultar em ambientes que não apenas atraem visualmente, mas também contribuem para o nosso bem-estar e produtividade.
O intuito é criar espaços que sejam confortáveis, fáceis de circular e que complementam a forma como vivemos e trabalhamos. Isto pode significar a utilização de elementos de design para melhorar a acústica em um escritório aberto, a aplicação de cores e texturas para criar um ambiente relaxante em um quarto ou a organização de um espaço de varejo para maximizar o fluxo de clientes.
Para arquitetos, é necessário reconhecer a importância do projeto de interiores na criação de espaços funcionais e esteticamente atraentes. Cada decisão, desde a escolha do mobiliário até o esquema de cores, influencia a forma como um espaço é percebido e utilizado. A estética desempenha um papel na criação de uma atmosfera agradável, mas a funcionalidade é igualmente importante para garantir que o espaço atenda às suas necessidades pretendidas.
Um projeto de interiores, através da neuroarquitetura, cria espaços que promovem bem-estar mental ao considerar elementos como luz natural, cores, acústica e organização do espaço. Esses fatores, quando adequadamente incorporados, podem ter um impacto significativo em nosso bem-estar físico e emocional.
“Compreender como os ambientes influenciam o sistema nervoso é salutar na busca de projetos mais assertivos”, expõe Andréa Rêgo, fisioterapeuta e designer de interiores, especialista em neuroarquitetura e membro da ANFA.(Academy of Neuroscience for Architecture).
A neuroarquitetura é um campo que une os princípios da neurociência com a prática do design de interiores para criar ambientes que melhoram nosso bem-estar físico e mental.
Um dos princípios fundamentais da neuroarquitetura é a incorporação da luz natural no design de interiores. A exposição à luz natural tem sido associada a um melhor humor, menor fadiga e redução do estresse.
Outro aspecto é a escolha das cores. As cores têm a capacidade de transmitir diferentes estados emocionais. Por exemplo, tons azuis podem promover a calma e a concentração, enquanto os verdes podem aliviar o estresse.
Ainda neste contexto de melhoria de bem-estar, citamos o design biofílico, muito em pauta nos dias de hoje. Trata-se de uma abordagem que busca integrar elementos naturais nos espaços construídos para criar um senso de conexão com a natureza. A abordagem biofílica entende que os humanos têm uma afinidade com o natural, e essa conexão pode ter um impactos positivos que variam desde a melhora da pressão arterial até a melhora na qualidade do sono.
Portanto, está enganado quem pensa que a arquitetura de interiores trata-se apenas de criar “decoraçãozinha” para determinados ambientes. Já que passamos a maior parte do tempo dentro de ambientes internos, é necessário que tais ambientes sejam confortáveis no que diz respeito a iluminação adequada, acústica e temperatura, além de nos atenderem ergonomicamente, e isso só possível através do design de interiores adequado.
Etapas do processo de projeto de interiores: do conceito à execução.
Briefing ou Entrevista Inicial: Esta é a primeira etapa onde o designer de interiores ou arquiteto se encontra com o cliente para entender suas necessidades, desejos e expectativas para o projeto. Também é um momento para discutir o orçamento e o cronograma.
Levantamento de Dados:
Aqui, o designer visita o local para medir o espaço e avaliar as condições existentes. Isto pode incluir o registro de dimensões, observação de características arquitetônicas e análise de luz natural e artificial.
Estudo Preliminar: Nesta fase, o profissional começa a desenvolver conceitos para o projeto. Isto pode envolver a criação de esboços, plantas baixas e até mesmo modelos 3D.
Anteprojeto: Esta é uma versão mais detalhada do projeto que inclui a localização do mobiliário, esquemas de cores, iluminação e possíveis materiais a serem utilizados.
É preferível que sua visão de projeto seja comunicada de forma clara e envolvente ao cliente, destacando cada detalhe por meio de representações visuais - um elemento crucial nesse processo. Recomendamos o uso de renderizações em perspectiva e foto realistas, já que esses métodos permitem que os clientes compreendam da melhor maneira o que foi planejado.
Projeto Executivo: Este é o plano final que será usado para a implementação do projeto. Ele contém todas as informações necessárias para a execução, incluindo detalhes de construção, especificações de materiais e um cronograma de trabalho. Esse projeto, dificilmente será interpretado pelo cliente, já que possui informações técnicas, ele será interpretado diretamente pelos profissionais envolvidos na obra, como pedreiros, mestre de obras e marceneiros.
Execução: Nesta fase, o projeto é implementado. O designer de interiores trabalha em estreita colaboração com empreiteiros, fornecedores e outros profissionais para garantir que o projeto seja executado conforme o planejado.
Dentro do design de interiores, existem também uma alternativa para aqueles clientes que não desejam ou não podem contratar esse tipo de serviço, trata-se da consultoria, que funciona como um serviço mais simplificado, cobrado por hora técnica, onde o profissional fornece sugestões e dicas para o ambiente de intervenção. Isso pode abranger a seleção de cores, disposição do espaço, iluminação e outros elementos decorativos.
Diferentemente da consultoria, um projeto de design de interiores completo envolve um processo mais extenso e detalhado. O designer não só fornece consultoria, mas também gerencia o projeto do início ao fim. Isso inclui a concepção do design, a criação de desenhos técnicos, a seleção de materiais, a supervisão da execução e a instalação final dos elementos de design.
Independente do tipo de serviço prestado, é necessário que o profissional saiba gerenciar de forma eficiente os fluxos de projeto e posteriormente de execução. Contar com ferramentas que te auxiliam nesse processo é essencial, para isso a plataforma Vobi existe, para te ajudar no gerenciamento de seus diversos tipos de projetos em um único local.
Isso inclui o gerenciamento de tarefas, prazos, recursos e equipes de trabalho. A plataforma permite ainda o compartilhamento de documentos e arquivos, facilitando a colaboração entre os membros da equipe e a comunicação com o cliente. Acabaram-se os dias de mandar inúmeras planilhas e relatórios para o cliente, com a Vobi, seu cliente pode monitorar em tempo real o andamento de seu projeto.
A Vobi também ajuda no controle financeiro dos projetos, permitindo o monitoramento de orçamentos e custos.
Além disso, a plataforma pode ser acessada de qualquer lugar, o que é particularmente útil para profissionais que precisam trabalhar em campo ou que têm equipes distribuídas. Bem prático né?
Elementos-chave no projeto de interiores: mobiliário, cores, texturas e iluminação.
A arte do design de interiores não é uma ciência exata, mas sim um processo criativo que exige a harmonização de uma série de elementos essenciais para criar um espaço único. Alguns dos elementos que merecem atenção são:
Mobiliário: O mobiliário é um componente central do design de interiores que afeta diretamente a qualidade de um espaço. Escolhas cuidadosas de móveis podem influenciar positivamente a interação dos usuários com o espaço.
Na prática, o mobiliário deve ser selecionado ou projetado tendo em vista a sua funcionalidade, levando em consideração o uso do espaço e as necessidades específicas dos usuários. Por exemplo, em ambientes pequenos, a escolha de mobiliário sob medida ou de peças versáteis que possuem múltiplos usos pode otimizar o aproveitamento do espaço, tornando-o mais funcional e adaptável.
Além disso, o mobiliário também pode atuar como um elemento de design que contribui para a estética do espaço. Escolhas estratégicas de design, materiais e cores do mobiliário podem realçar o estilo do interior, criar contraste e harmonia, e adicionar personalidade ao espaço.
Cores: Para o design de interior, a cor é um agente de transformação indispensável. A escolha da paleta de cores pode determinar a atmosfera e o humor de um ambiente. As cores podem ser usadas para realçar ou suavizar características arquitetônicas, dar profundidade ao espaço e até mesmo influenciar a percepção psicológica do tamanho e formato do espaço.
Cores mais quentes como vermelho, laranja e amarelo são conhecidas por provocar emoções fortes e energéticas. O vermelho, por exemplo, é frequentemente associado à paixão e ao poder. Pode ser usado para criar um espaço dinâmico e estimulante, mas deve ser usado com cautela, pois em excesso pode levar à agitação. O amarelo, por outro lado, está associado à felicidade e ao otimismo. Ele pode ser usado para iluminar um espaço e criar um ambiente alegre.
Cores frias como azul, verde e violeta trazem sentimentos de calma e tranquilidade. O azul é muitas vezes associado à paz e à serenidade, sendo uma ótima escolha para espaços destinados ao relaxamento. O verde, sendo a cor da natureza, promove um sentimento de frescor, renovação e equilíbrio.
As cores neutras, como branco, cinza e bege, proporcionam uma base versátil que pode ser complementada com cores mais vivas. O branco, por exemplo, é frequentemente associado à pureza e pode ajudar a criar um ambiente leve e arejado.
Por isso, a escolha das cores deve levar em consideração o propósito do espaço e as emoções que se deseja trazer ao cômodo.
Texturas: As texturas trazem uma dimensão adicional ao espaço, enriquecendo a experiência sensorial do ambiente. Elas podem ser exploradas através de uma variedade de superfícies e materiais, como tecidos, revestimentos de parede, pisos e acabamentos de móveis. A manipulação consciente das texturas pode adicionar profundidade e interesse visual a um espaço.
Materiais suaves ao toque, como veludo ou lã, podem dar um sentido de aconchego e acolhimento. Por outro lado, superfícies mais duras e frias, como concreto ou metal, podem conferir um ar mais moderno e industrial ao espaço.
As texturas também podem ser usadas para criar contraste, o que é essencial para um design de interiores bem-sucedido. A combinação de superfícies lisas e ásperas, ou macias e duras, pode adicionar uma camada de complexidade visual e tátil a um espaço, tornando-o mais interessante.
As texturas podem ser exploradas para dar personalidade ao ambiente. Por exemplo, texturas rústicas e naturais, como madeira não tratada ou pedra, podem criar uma atmosfera mais orgânica e rústica, enquanto texturas polidas e refinadas, como mármore ou vidro, podem conferir uma sensação de sofisticação e luxo.
As texturas também têm um impacto significativo na percepção das cores. Diferentes texturas podem alterar a maneira como a luz é refletida, fazendo com que as cores pareçam mais claras ou escuras, mais intensas ou suaves.
Iluminação: A iluminação tem a capacidade de realçar ou subtrair a importância de outros elementos, alterar a percepção das cores e influenciar o clima do ambiente. A iluminação deve ser planejada para atender às necessidades funcionais do espaço, destacar características arquitetônicas e de design e criar a atmosfera desejada. É fundamental considerar tanto a iluminação natural quanto a artificial, pois ambas têm um impacto significativo na percepção do espaço.
Tendências atuais em projetos de interiores: estilos, materiais e conceitos inovadores.
Para você se inspirar, separamos algumas das grandes tendências de decoração para 2023, acompanhe:
- Painel Ripado:
Se a intenção é transmitir charme e aconchego aos espaços, o painel de madeira ripada é uma excelente alternativa. Essa tendência pode ser estrategicamente aplicada em diversas áreas, como por exemplo, revestimento de paredes, divisórias de ambiente, cabeceiras de cama, ou até mesmo em detalhes de mobiliário.
- Design Biofílico: O design biofílico e o uso de plantas surgem como tendências na decoração para 2023, com o propósito central de promover aconchego e conexão com a natureza nos espaços projetados. As plantas, uma estratégia atemporal de design, mantém-se forte e versátil.
O paisagismo, aplicado tanto em áreas internas quanto externas, oferece uma gama diversificada de opções que vão além das tradicionais espécies naturais. Alternativas contemporâneas incluem jardins preservados, plantas artificiais, elementos de decoração baseados na natureza, e folhas secas, ampliando as possibilidades de incorporar elementos verdes em diferentes contextos de projeto.
- Pisos orgânicos: As formas orgânicas continuam fortes como tendências de arquitetura e decoração para 2023, trazendo uma nova perspectiva para os pisos. Essas formas, que remetem a elementos encontrados na natureza, são uma ótima opção por contribuírem para a criação de espaços mais acolhedores e dinâmicos.
Essa tendência ganha ainda mais força ao ser combinada com a escolha de revestimentos que imitam materiais naturais. Pisos que reproduzem texturas e aparências de pedra, madeira ou mármore se alinham perfeitamente a essa tendência, potencializando a sensação de proximidade com a natureza.
Maximizando espaços pequenos: dicas e truques de design de interiores.
Maximizar espaços pequenos requer uma abordagem criativa e inovadora no design de interiores. No entanto, existem algumas estratégias que podem te ajudar com isso:
Uso inteligente de cores: Pintar as paredes e o teto da mesma cor pode desfocar os limites do ambiente, proporcionando uma sensação de continuidade e espaço. Tons claros em particular podem criar uma ilusão de espaço mais amplo.
Também pode ser uma boa pedida limitar o número de cores no ambiente para trazer uma sensação de harmonia e sofisticação, dando ao espaço uma aparência de maior dimensão.
Espelhos: Os espelhos podem ampliar instantaneamente um espaço pequeno ao criar uma ilusão de profundidade. Posicionar eles próximo a uma fonte de luz pode aprimorar ainda mais esse efeito ao refletir a luz e iluminar o ambiente.
Os espelhos também podem refletir elementos decorativos ou vistas externas, dando sensação de continuidade com o ambiente ao redor. Além disso, eles podem ser usados como pontos focais decorativos, levando em consideração a ampla variedade de formatos e tamanhos disponíveis no mercado.
Móveis planejados: Para quem tem pouco espaço, móveis sob medida são a melhor opção para manter os ambientes organizados, funcionais e bonitos. Eles otimizam cada centímetro disponível, atendendo às necessidades de armazenamento específicas. Com design personalizado, gavetas, prateleiras e compartimentos são estrategicamente posicionados para aproveitar o espaço. Outra vantagem é que oferecem flexibilidade estética, permitindo escolher materiais, cores e acabamentos que se adequem ao estilo desejado.
Integração de tecnologia no projeto de interiores: automação residencial e recursos inteligentes
As residências estão cada vez mais automatizadas, visando o conforto e praticidade para o dia a dia dos usuários, aqui estão algumas sugestões para integrar aos seus próximos projetos:
Automação de iluminação: Com um simples toque em um botão, você pode ligar e desligar as luzes de um cômodo. Além disso, é possível programar ajustes de iluminação com base no nascer ou pôr-do-sol, ou até mesmo em detecção de movimento em áreas específicas da casa, como garagem ou quintal. E isso tudo pode ser feito através de aplicativos para celulares, permitindo o controle da iluminação mesmo fora de casa.
Automação de segurança:
Já é realidade integrar sistemas de segurança, como câmeras de vigilância, sensores de movimento e alarmes. Uma grande inovação neste sentido são as fechaduras eletrônicas que dispensam o uso de chaves, permitindo que as portas sejam abertas com senha ou até mesmo impressão digital!
Esses sistemas podem ser monitorados e controlados remotamente, proporcionando maior controle sobre a segurança da casa.
Automação climática: Com a automação residencial, é possível programar o controle da temperatura da casa. Por exemplo, é possível pode ligar o ar condicionado alguns minutos antes de chegar em casa ou ajustar o aquecimento de acordo com horários de uso e necessidades sazonais.
Projetos de interiores para diferentes ambientes:
Se inspire nas principais tendências em design de interiores para 2023:
Formas arredondadas e orgânicas:
Elementos naturais:
Design Biofílico:
Painéis Ripados:
Iluminação natural priorizada:
Até a próxima,
Equipe Vobi
Referências:
https://www.sperone.com.br'/
https://www.archdaily.com.br/
https://revistaabm.com.br/
https://ibdi-edu.com.br/
https://abra.com.br/
https://blog.archtrends.com/
https://originalhome.com.br/