À princípio a tarefa de escolher uma cadeira pode parecer algo extremamente simples, porém ao se deparar com um mostruário de loja física ou um catálogo digital de um site, o profissional de arquitetura, e até mesmo o cliente, descobrem uma imensidão de possibilidades e um leque de variedade de estilos, cores, formas, tecidos, acabamentos, alturas e estofados, que podem gerar indecisão na hora de definir qual a melhor opção.
Você sabe distinguir quais são estilos e qual o tipo de cadeira ideal para cada uso?
Para sanar todas essas dúvidas, acompanhe o artigo e entenda quais são os estilos de cadeiras, suas classificações e quais critérios devem ser observados na escolha desse mobiliário.
Aproveite a leitura!
Quais são os tipos de cadeiras?
Cadeira para mesa de jantar, cadeira de escritório, cadeira de leitura, cadeira para beira de piscina, cadeira de sala de espera…são inúmeras as possibilidades para supostamente um único objeto, do qual todas as variáveis fazem diferença na hora da escolha do mobiliário adequado.
Poltrona
Palavra de origem italiana “poltro”, que significa “cama”, a poltrona é uma espécie de cadeira mais confortável, é como um sofá para uma pessoa, podendo possuir dimensões mais largas que uma cadeira comum e usualmente possui assento mais baixo que de uma cadeira tradicional de mesa de jantar ou de escritório. As poltronas são destinadas para ambientes como: sala, quartos, halls e salas de espera.
Cadeira para sala de jantar
São cadeiras com altura ideal para uma mesa de jantar e geralmente possuem encosto. Também podem ou não ter apoio de braços.
Banqueta
São cadeiras com assentos mais elevados para bancadas - de refeição ou bar, podendo ser de tamanho médio ou alto (de 65 a 85 cm de altura), a depender da altura do assento em relação ao piso.
Espreguiçadeira
São espécies de poltronas reclináveis. A espreguiçadeira é uma cadeira longa o suficiente para que seja possível esticar as pernas e são fabricadas de diversos materiais, devendo ser observados anteriormente a depender do uso. Essas cadeiras usualmente são destinadas às áreas externas, como varandas, terraços ou beiras de piscina.
Pufe
É um assento baixo, estofado e pode ser produzido de diversos materiais, como tecido náutico, para áreas externas, veludo, couro, etc. Os pufes podem ser menos ou mais estruturados, alguns possuem pés, já outros são apoiados diretamente no piso e geralmente não possuem braços.
Cadeira para Escritório
São cadeiras ergonômicas projetadas para o conforto do usuário considerando o uso prolongado desse mobiliário. As cadeiras para escritório sempre possuem encosto, a altura pode ser regulável e podem ou não ser giratórias ou contarem com apoio lateral para o braço.
Cadeira de Balanço
As cadeiras de balanço são uma proposta de mobiliário lúdico e podem ser utilizadas em áreas internas (em quartos infantis, por exemplo) ou externas (varanda, terraço).
Estilos de cadeiras
Os estilos de cadeiras são resultados de um design que remontam um contexto histórico, artístico e social de uma peça. O design das cadeiras evoluiu ao longo do tempo e esses objetos passaram a exercer uma função estética nos ambientes além de meramente funcional.
As cadeiras têm sido valiosas peças que compõem um ambiente na decoração de um espaço e transitam entre vários estilos desde a sua invenção. As primeiras cadeiras registradas na história foram pelos povos egípcios, que a partir de bancos já existentes incrementaram encostos ao objeto, resultando assim no que conhecemos como a cadeira tradicional.
As primeiras cadeiras eram produzidas em madeira dourada e cobertas de materiais nobres. Após um tempo, esse objeto passou a ser valorizado pelo seu conforto, incorporando outros materiais, como estofados e outras peças, como braços.
A reestruturação do design das cadeiras aconteceu a partir da revolução industrial, que deu lugar à produção de peças que poderiam ser replicadas em vez de peças únicas, artesanais e esculpidas. Todo esse período histórico resultou numa série de estilos diferentes de cadeiras: clássico, moderno, contemporâneo, futurista, rústico e industrial.
Todavia, nem todas as peças apresentam um caráter “purista” em seu design, visto que com o passar do tempo alguns estilos mesclaram-se.
A seguir entenda um pouco mais o que são cada um desses estilos:
Artesanal
São mobiliários feitos a partir de trabalhos manuais e são peças únicas, normalmente elaborados com muitos detalhes e produzidos por artesãos, designers e escultores.
As peças, em geral, são produzidas aplicando técnicas como escultura, costura, crochê e bordado. Nas cadeiras artesanais podem ser utilizados materiais como fibra natural, palha, madeira ou até pedra, sendo possível ser combinado com os estilos clássico, tradicional ou rústico.
Clássico
O estilo clássico de cadeira remonta ao mobiliário da idade média. As cadeiras clássicas são caracterizadas por serem peças suntuosas, trabalhadas com curvas e compostas por materiais requintados (madeiras de alta durabilidade, acabamento em ouro, tecidos nobres, etc) que remetem à elegância e ao luxo.
Uma das características do estilo clássico tradicional aplicado ao mobiliário é o uso de madeira entalhada e a primazia pelos detalhes nas peças, com ornamentos esculpidos no encosto, pés ou braços da cadeira. Também predominam cores neutras nas peças, com variações de branco, bege e marrom.
No estilo clássico mais moderno, os ornamentos são um pouco menos presentes, aplicando assim as referências de formas curvas e tons claros, com aspecto de delicadeza aos objetos. Algumas cadeiras que fazem parte do estilo clássico trazem referências do estilo renascentista, romântico ou gótico.
Pela riqueza de detalhes e elementos que as cadeiras clássicas possuem, é preciso cautela ao combinar com outros mobiliários ou elementos decorativos, para que seja garantida a harmonia na composição do ambiente.
Um dos exemplos de evolução das cadeiras clássicas, é a chamada “cadeira medalhão”, que remonta características das cadeiras clássicas tradicionais, porém com um aspecto mais moderno e contemporâneo. Essa cadeira possui um encosto oval e seu design é influenciado nos modelos de cadeiras do reinado de Louis XVI, no século XVI, na França.
Essa peça possui diversas variações, podendo ser estampadas, com ou sem apoio, com ou sem estofados, de diferentes cores e materiais.
Moderno
O design de mobiliário moderno negou o uso de ornamentos em suas peças, optando pela utilização de poucos materiais combinados, sendo eles a madeira, o couro, o aço, o ferro, o couro ou o tecido.
Em contrapartida ao design clássico de cadeiras, no estilo moderno, preza-se pela aparência mais sóbria desses objetos.
No design moderno também é comum o uso de formas geométricas e curvas. Assim como no movimento arquitetônico modernista, no design de mobiliário deste estilo, a produção também é pensada com o intuito de viabilizar a reprodução em massa do objeto, a partir de peças pré-moldadas.
A cadeira Wassily, desenhada pelo arquiteto norte-americano Marcel Breuer, é uma das cadeiras mais famosas do mundo e um dos primeiros produtos da Bauhaus. A estética dessa cadeira remete ao movimento modernista e racionalista e foi desenhada sob o conceito do uso de formas simples no design, além de utilizar como matéria prima materiais ligados à produção mecânica. No caso da cadeira Wassily, sua estrutura é de aço tubular, o que proporciona um aspecto de leveza e ao mesmo tempo de rigidez à peça.
A poltrona Diz é uma peça referência do design brasileiro, desenhada por Sergio Rodrigues e traduz o conceito de sofisticação e conforto de uma cadeira modernista.
Desenvolvida pelo arquiteto alemão Ludwing Mies van der Rohe e Lilly Reich, a cadeira Barcelona é uma das maiores referências de design de mobiliário modernistas já desenhados.
Contemporâneo
O estilo contemporâneo de cadeiras consiste em um design mais irreverente que explora a criatividade e distancia-se do design tradicional de mobiliário. O conceito das peças contemporâneas é propor formas, cores e materiais diferenciados, o que resulta em peças excêntricas e marcantes, que por si só são obras de arte, capazes de trazer uma identidade única para o ambiente.
Grandes exemplos de design contemporâneo de mobiliário são as peças produzidas pelos irmãos Campana (Humberto Campana e Fernando Campana), um dos principais nomes do design brasileiro.
As peças produzidas pelo Estúdio Campana são referência em criatividade, inovação e mostram o que é a fusão de arte contemporânea com o design de mobiliário.
Assim como nos outros estilos de cadeira, no contemporâneo também é frequente a utilização do tradicional para releitura, a fim de produzir um novo mobiliário com características conceituais de estilos que o precederam.
Um dos exemplos icônicos de design contemporâneo excepcional é a “cadeira Paraíba”, cujo conceito foi inspirado em uma comunidade de artesãs do nordeste do Brasil, que costuravam bonecas de pano e vendiam aos turistas.
Futurista
O estilo futurista de mobiliário possui um design que remete à tecnologia, sendo mais fluido, com formas arredondadas, lembrando objetos como naves espaciais e robôs.
Nesse estilo de cadeiras, são utilizados materiais mais industriais, como plástico, acrílico, metal e vidro e é preferível a utilização de superfícies lisas e polidas.
Minimalista
O design minimalista incorpora características modernistas e preza pela simplicidade e geometria das formas. As cadeiras minimalistas são compostas por linhas retas e os materiais mais utilizados nesses móveis são a madeira, o alumínio e o couro.
Além disso, são peças com aspecto extremamente leve e são ergonômicas, pois seguem o princípio modernista de aliar a forma e função. Assim como no estilo moderno, no minimalismo utilizam-se cores neutras nas peças.
Industrial
O estilo industrial no mobiliário remonta a estética de maquinário industrial aplicada ao design, com o uso de cores escuras, como preto, cinza, cobre, prata e marrom, além da utilização de formas retilíneas e geométricas. Os materiais das cadeiras metálicas geralmente são de metal, ferro e aço. Comumente essas peças são combinadas em ambientes que fazem o uso de concreto, cimento queimado ou tijolos aparentes, que dão o aspecto industrial ao ambiente.
A cadeira Eames DSX, exemplo de destaque mundial de peças industriais e desenhada pelo casal Charles e Ray Eames, foi pensada para ser um mobiliário de baixo custo e produzida em massa. A peça é composta de plástico, com uma peça única e ergonométrica, e metal na base.
Cadeira projetada por Harry Bertoia e faz parte de “uma linha de mobiliário composta por cadeiras em fio metálico dobrado e soldado com cobertura de vinil ou cromado”
O que considerar ao escolher uma cadeira?
Uma situação bastante comum é um equívoco na escolha de algum objeto na loja ou no site. No momento da compra, aquele mobiliário pode parecer perfeito, porém, ao inseri-lo no ambiente ou utilizar o móvel, são identificados problemas de projeto, ergonomia ou harmonia com o ambiente. Para evitar esses tipos de transtornos, é importante atentar-se a algumas questões, que serão apresentadas a seguir:
Tipo
O uso de uma cadeira definirá o estilo, tipo e ergonomia. Por isso, é importante a consciência de qual será a função do objeto para escolha adequada. Utilizar, por exemplo, uma cadeira projetada para mesa de jantar no escritório, pode acarretar sérios problemas de coluna ao usuário, portanto, é essencial o uso de uma cadeira de acordo com a exata função dela.
Ergonomia
A adequação das medidas de acordo com o tipo e uso de uma cadeira é primordial para garantir o conforto do objeto. Cada função de cadeira é projetada com medidas adequadas para determinado uso, questões como altura do assento, altura do encosto, entre outros, devem ser observadas ao adquirir este móvel. Outros itens devem ser observados em conjunto, como a altura da mesa e o espaço disponível para o encaixe do objeto.
Ambiente
Ao percorrer a leitura sobre tantos estilos de cadeiras existentes no mercado, é perceptível ser necessário que haja um cuidado na escolha desse objeto considerando a ambientação da peça.
Para alcançar uma harmonia estética do ambiente, as cadeiras devem estar articuladas ao conceito do local como um todo, considerando estilo, cores e materiais.
Por exemplo, a inserção de uma cadeira clássica carregada de ornamentos em um ambiente minimalista, gera uma discrepância visual. Desse modo, ao realizar a escolha das cadeiras, deve-se considerar o ambiente em que ela será inserida.
Vale lembrar também que o local definirá o tipo de material mais adequado. Cadeiras para áreas externas devem possuir resistência à incidência solar, chuva e intempéries; cadeiras em local de praia devem ser resistentes à maresia; é interessante que em casas que possam animais de estimação tenham cadeiras que não acumulem pêlos e facilite a limpeza, dentre outros inúmeros fatores que interferem diretamente na escolha desse mobiliário.
Até a próxima,
Equipe Vobi
Referências:
www.cadeiras.net
www.osvaldoantiguidades.com.br
www.atelierclassico.com.br
www.artesintonia.com.br
www.casacahaya.com.br
www.revestindoacasa.com.br
www.tuacasa.com.br
www.biano.com.br
www.spotcasa.com.br
www.estudiocampana.com.br
www.casaclaudia.abril.com.br
www.tipografos.net
www.blog.essenciamoveis.com.br
www.westwing.com.br
www.firmacasa.com.br