No 15 de dezembro é celebrado o "Dia do Arquiteto". A data tem como objetivo comemorar e homenagear a categoria profissional, e ao mesmo tempo serve como momento de reflexão sobre o ofício da arquitetura e urbanismo no Brasil.
“Comemorado até 2011 no dia 11 de dezembro, a data foi oficialmente alterada a quatro dias posteriores em homenagem à data de nascimento do arquiteto Oscar Niemeyer, falecido em 2012.”
Como forma de homenagem à todos os profissionais da área, desenvolvemos este artigo onde separamos 4 grandes profissionais que fizeram parte da história da arquitetura no Brasil e que de alguma forma impactaram esse setor com suas ideias e projetos incríveis. Confira:
Aproveite a leitura!
Oscar Niemeyer
Oscar Ribeiro de Almeida Niemeyer Soares Filho nasceu em 15 de dezembro de 1907 no bairro de Laranjeiras, no Rio de Janeiro. Em 1928, com 21 anos, casou-se com Annita Baldo, filha de imigrantes italianos, e com ela teve uma filha: Anna Maria Niemeyer.
No ano seguinte, iniciou seus estudos na Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro (atual UFRJ), onde concluiu o curso de Arquitetura em 1934. Iniciou-se na profissão como estagiário no escritório de um dos mais renomados arquitetos brasileiros: Lúcio Costa (1902-1998).
Em 1956, Niemeyer foi convidado por Juscelino Kubitschek, então Presidente da República a participar da construção da nova capital do Brasil: Brasília.
“O Plano Piloto de Brasília, que lembra o formato de um avião, foi elaborado pelo arquiteto e urbanista Lúcio Costa.”
Com uma obra influenciada por Le Corbusier, Oscar Niemeyer foi o responsável pelo projeto de diversos edifícios públicos de Brasília, onde se destacam o concreto, o vidro, as curvas e os vãos livres. Dentre suas principais obras, destacam-se:
- Palácio da Alvorada (Brasília)
- Congresso Nacional do Brasil (Brasília)
- Catedral de Brasília
- Parque Ibirapuera (São Paulo)
- Edifício Copan (São Paulo)
- Memorial da América Latina (São Paulo)
Oscar Niemeyer morreu em 5 de dezembro de 2012, com 104 anos. Nas palavras do arquiteto:
“Cem anos é uma bobagem, depois dos 70 a gente começa a se despedir dos amigos. O que vale é a vida inteira, cada minuto também, e acho que passei bem por ela.”
Lina Bo Bardi
Achilina di Enrico Bo, mais conhecida como Lina Bo, nasceu em 5 de dezembro de 1914 em Prati di Castello, Roma. Em 1940, forma-se na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Roma e após seis anos, com fim da segunda guerra, casa-se com o crítico e historiador de arte Pietro Maria Bardi (1900-1999).
Após seu casamento com Pietro, o casal visita Rio de Janeiro, aonde conhece a vanguarda das artes no brasil. No ano seguinte, Pietro é convidado pelo jornalista, empresário e político Assis Chateaubriand para fundar e dirigir um museu de arte moderna. Lina naturaliza-se brasileira em 1951 e no mesmo ano completa seu primeiro projeto arquitetônico realizado: a Casa de Vidro,
Retornando a São Paulo em 1966, retoma o projeto do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MASP) na Avenida Paulista, que após sua inauguração em 1968 virá a ser um dos marcos mais icônicos da arquitetura brasileira.
As obras da arquiteta receberam muita influência nordestina, devido ao período em que Lina se mudou para Salvador e mergulhou na cultura popular brasileira. Para ela, o que mais a fascinava era a arquitetura espontânea, a arte popular e os objetos do cotidiano. Dentre suas principais obras, destacam-se:
- MASP Museu de Arte de São Paulo (São Paulo)
- Casa de Vidro (São Paulo)
- SESC Pompéia (São Paulo)
- Igreja Divino Espírito Santo do Cerrado (Minas Gerais)
- Teatro Oficina (São Paulo) - Aqui nasceu o famoso Tropicalismo, movimento tão importante na história brasileira, que influenciou músicos, escritores e toda uma juventude.
- Solar do Unhão (Bahia)
Lina Bo Bardi morreu em 20 de março de 1992, com 77 anos. Uma das frases marcantes da arquiteta:
“No fundo, vejo a arquitetura como serviço coletivo e como poesia. Alguma coisa que nada tem a ver com arte; uma espécie de aliança entre dever e prática científica. É um caminho meio duro, mas é o caminho da arquitetura.”
Lúcio Costa
Lúcio Marçal Ferreira Ribeiro de Lima Costa nasceu em 27 de fevereiro de 1902 na cidade de Touln, França. Em 1917, vem ao Brasil e ingressa na Escola Nacional de Belas Artes, graduando-se no curso de arquitetura e pintura, em 1924.
Entre 1922 e 1929, Lúcio Costa realizou seus primeiros projetos arquitetônicos do seu escritório em sociedade com Fernando Valentim. Os projetos seguiam um estilo neoclássico, com muitas referências, também, à arquitetura colonial.
Após a Revolução de 1930, a convite de Rodrigo Melo Franco, Lúcio Costa é nomeado diretor da Escola Nacional de Belas Artes, onde conhece o aluno Oscar Niemeyer. O objetivo da sua nomeação era principalmente o de implantar um curso de arquitetura moderna, que era combatido pelo corpo docente da época.
O ápice de sua carreira, acontece em 1957, quando Lúcio Costa vence o concurso nacional para o plano-piloto da nova capital federal do Brasil: Brasília.
Lúcio Costa morreu em 13 de junho de 1998, aos 96 anos, deixando um legado no setor da arquitetura e urbanismo. Dentre suas principais obras, destacam-se:
- Castelo de Itaipava (Rio de Janeiro)
- Palácio Gustavo Capanema (Rio de Janeiro)
- Museu das Missões (Rio Grande do Sul)
- Parque Guinle (Rio de Janeiro)
- Plano piloto de Brasília (Distrito Federal)
Nas palavras do arquiteto:
“Arquitetura é antes de mais nada construção, mas construção concebida com o propósito primordial de ordenar e organizar o espaço para determinada finalidade e visando a determinada intenção.”
Rosa Kliass
Rosa Grena Kliass, nasceu em 15 de outubro de 1932 em São Roque, interior do estado de São Paulo. Formou-se pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAUUSP) em 1955.
Um ano depois, casou-se com Wlademir Kliass, com quem estudara na faculdade, e trabalhou junto por período de tempo. O casal teve dois filhos, Paulo e Sônia.
No último ano da faculdade, Kliass participou da primeira turma de paisagismo e foi diretamente influenciada por seu professor Roberto Coelho Cardoso ao optar pelo paisagismo como área de atuação.
“Graças a um trabalho realizado na capital paulista, por Rosa e sua companheira de faculdade e trabalho, Miranda Magnoli, nos anos 1960, chamado de Plano de Áreas Verdes de São Paulo, foi criado o Departamento de Parques e Áreas Verdes da Prefeitura de São Paulo.”
Em 1976, participou da criação a Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas – ABAP, sendo sua primeira presidente e de lá pra cá, por mais 4 vezes.
Considerada uma das mais importantes profissionais na história do Paisagismo brasileiro moderno e contemporâneo, em 2019 Rosa Kliass foi a primeira mulher premiada com o Colar de Ouro do Instituto de Arquitetos do Brasil, condecoração voltada aos profissionais do ramo que realizaram obras notáveis. Dentre suas principais obras, destacam-se:
- Revitalização do Vale do Anhangabaú (São Paulo)
- Projetos paisagísticos para a Avenida Paulista (São Paulo)
- Parque da Juventude (São Paulo)
- Parque do Forte (Amapá)
- Parque Mangal das Garças (Pará)
Uma das frases marcantes da arquiteta:
“Eu acho que o arquiteto paisagista tem essa “síndrome de Deus” sim. Por quê? Porque nós criamos lugares. Essa é a nossa função: criar lugares.”
Gostou? Siga-nos nas nossas redes sociais e não perca nosso conteúdo semanal.
Até a próxima,
Equipe Vobi
Referências:
www.todamateria.com.br
www.ebiografia.com
www.epoca.globo.com
www.institutobardi.com.br
www.enciclopedia.itaucultural.org.br
www.vivadecora.com.br
www.caubr.gov.br